Ao participar da cerimônia de formatura de novos diplomatas do Itamaraty, nesta terça-feira, 21, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou de forma indireta a eleição na Argentina. Sem citar o nome de Javier Milei, candidato ultraliberal que saiu vitorioso do pleito, Lula disse que a América do Sul está vivendo “confusões” que vão causar “problemas políticos”: “Ao invés de reclamar dos problemas políticos, nós temos que ser inteligentes e tentar resolvê-los, tentar conversar (…) Tentar fazer com que as pessoas aprendam a conviver democraticamente na adversidade. Eu não tenho que gostar do presidente do Chile, Argentina ou Venezuela. Ele não tem que ser meu amigo, ele tem que ser presidente do país dele e eu tenho que ser presidente do meu país”.
Ainda durante o discurso, Lula destacou que a Argentina é a maior parceira comercial do Brasil na América do Sul e que foi o primeiro país visitado por ele depois de tomar posse como presidente no início do ano. Lula tem tentado manter distância de Javier Milei e não citou seu nome ao reconhecer a vitória do argentino. Este distanciamento foi provocado principalmente pelas críticas que Milei fez à Lula durante a campanha, quando chamou o presidente brasileiro de “corrupto” e “comunista”. Palácio do Planalto já descartou o comparecimento de Lula na cerimônia de posse argentina, no próximo dia 10 de dezembro. Governo avalia enviar o vice-presidente Geraldo Alckmin ou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, como representante do Brasil.