Apesar de ter assinado uma carta pedindo apoio aos evangélicos na campanha do ano passado, eles tiveram poucos acenos do governo Lula ao longo do ano passado, destaca o jornal O Globo.
Pautas conservadoras como Estatuto do Nascituro, que proíbe o aborto até nos casos permitidos por lei; o Estatuto da Família; a Lei Geral das Religiões, a regulamentação do homeschooling e o fim da retenção na fonte de imposto de renda de doações feitas às igrejas ficaram pelo caminho sem qualquer apoio do Planalto.
Em contrapartida, a bancada da bíblia promete fazer dessas pautas as suas prioridades em 2024.
“Houve pelo menos duas tentativas frustradas de aproximação por parte do Planalto. O petista chegou a pedir a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), evangélica, para elaborar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplie a isenção tributária, mas a proposta ainda não teve avanço significativo. Entre o final da campanha e o início do mandato, falava-se ainda da criação de uma subsecretária para mediar o diálogo com os evangélicos, mas as negociações cessaram”, lembra o jornal.
Durante a campanha, o então candidato Lula fez o que pôde para tentar atrair o eleitor evangélico. Ele divulgou, inclusive, uma carta em que ratificava apoio a esse público, prometendo dar apoio a algumas bandeiras da bancada cristã no Congresso Nacional.
“Declaro meu respeito e minha admiração pela fé, dedicação e amor com que os evangélicos realizam sua missão, seja na área da difusão do evangelho, seja na área da assistência social, proteção da infância, da juventude, das mulheres, dos idosos e das pessoas com deficiência. Da mesma forma é bem-vinda a participação de Evangélicos nas diversas formas de participação social no Governo, como Conselhos Setoriais e Conferências Públicas”, disse Lula na carta.
Os tais conselhos cristãos nunca saíram do papel.
Em resumo: para surpresa de zero pessoas, Lula passou a perna nos evangélicos.