A Espanha venceu a Inglaterra neste domingo (14) e conquistou o quarto título da Eurocopa na história (1964, 2008, 2012 e 2024). As seleções chegaram para decisão com trajetórias bem diferentes. A Espanha venceu todos os seis jogos disputados no torneio, marcando 13 gols e sofrendo apenas 3. A Inglaterra, por sua vez, sofreu desde a fase de grupos – com uma vitória e dois empates no Grupo C – até a semifinal. Passou na prorrogação contra Eslováquia, nos pênaltis contra Suíça e também no tempo extra contra Holanda. O palco da partida não poderia ter sido outro. Com toda a competição sendo realizada em solo alemão, o tradicional Estádio Olímpico de Berlim, construído entre 1934 e 1936 para sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 1936, foi o local escolhido para acolher as finalistas e mais de 74 mil torcedores, em sua grande maioria britânicos.
Os primeiros minutos foram parcialmente dominados pela Espanha, conhecida pelo estilo de jogo coletivo, com muita posse de bola e pressão no erro do adversário. O retorno do espanhol Carvajal, que cumpriu suspensão contra França, foi de suma importância para atrapalhar os ataques da Inglaterra pelo lado esquerdo do campo, onde Foden e Bellingham eram acionados com frequência. A equipe comandada por Gareth Southgate buscou colocar os laterais, Shaw e Walker, para correr e ampliar as oportunidades ofensivas, mas a segunda melhor defesa do torneio não cedeu mínimos espaços para conclusão das jogadas.
O primeiro tempo foi extremante físico, com muitas chegadas e uma clara tentativa de atacar com cautela, sem dar a possibilidade do contra-ataque ao adversário. A única chance clara de gol saiu nos acréscimos. O volante inglês Rice cobrou uma falta para área, o zagueiro espanhol Le Normand, na tentativa de afastar o perigo, raspou de cabeça e a bola sobrou para Phill Foden, que apareceu livre e, mesmo desequilibrado conseguiu finalizar, mas, em cima do goleiro Unai Simón.
O volante espanhol Rodri, quinto colocado na Bola de Ouro 2023, não voltou do vestiário e deixou a vaga para Zubimendi. Se faltou ousadia individual dos jovens espanhóis no primeiro tempo, a atitude coletiva foi quem apareceu logo no primeiro minuto da segunda etapa. Lamine Yamal – que se tornou o jogador mais jovem (17 anos e 1 dia) a disputar uma final de um torneio internacional, recorde que pertencia ao Rei Pelé (17 anos e 249 dias), quando participou da Copa do Mundo de 1958 – recebeu de Carvajal, tirou da marcação e achou Nico Williams, que finalizou cruzado e forte, inaugurando o marcador, 1 a 0.
Mesmo com a vantagem no placar, a Espanha não se fechou, continuou atacando e, principalmente, marcando em cima, diminuindo o espaço da Inglaterra e forçando os erros no próprio campo defensivo. Sumido e improdutivo, o artilheiro da temporada 23/24, com 36 gols, Harry Kane, deixou o ataque para entrada de Ollie Watikins, autor do gol da Inglaterra no último minuto contra Holanda. Southgate, muitas vezes criticado pela demora de fazer as substituições, colocou também Cole Palmer, no lugar de Mainoo, aos 24 minutos. E o dedo do treinador mais uma vez fez efeito. Três minutos depois da entrada do meio-campista, Saka encontrou Bellingham na área, que deixou sutilmente para Palmer finalizar e empatar a disputa.
O gol não abalou os espanhóis, que mesmo com um adversário animado com o empate, continuou impondo mesma proposta esportiva que implementou durante todo o torneio. E foi nos pés de Oyarzabal, que entrou no lugar de Álvaro Morta, que a Espanha ampliou o placar para 2 a 1. Aos 41 minutos, o lateral Cucurella, contestado no início da Euro por pegar a vaga de Grimaldo, cruzou rasteiro para o atacante da Real Sociedad, que se projetou à frente de Guéhi e desviou para meta de Unai Simón. A Inglaterra ainda teve a oportunidade de empatar a partida. Aos 44, o volante Rice completou o escanteio com uma forte cabeçada defendida por Unai. Guéhi, também de cabeça, pegou a sobra, mas Dani Olmo tirou em cima da linha.