O Ibovespa emendou, nesta quarta-feira (21), a terceira alta, e a terceira máxima histórica em sequência, no fechamento, tendo alcançado também novo recorde durante a sessão, na casa dos 137 mil pontos – em renovação de pico histórico intradiário desde a última quinta-feira. Nesta quarta-feira de atenção concentrada na ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o índice da B3 oscilou dos 136.085,84 aos 137.039,54, saindo de abertura aos 136.088,18 pontos.
No fechamento, mostrava alta de 0,28%, aos 136.463,65 pontos, com giro a R$ 21,3 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, avança 1,87%, elevando o ganho do mês a 6,90% e o do ano a 1,70%. A sessão desta quarta-feira refletiu, pela manhã, relativa cautela com os dados revisados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos até março de 2024 – que mostraram crescimento ainda “saudável” para o emprego no país, na avaliação da consultoria Capital Economics.
No documento desta tarde, os dirigentes do Fed afirmaram esperar corte de juros nos Estados Unidos se os dados econômicos evoluírem conforme o esperado – e a vasta maioria deles considera que será apropriado reduzir a taxa de referência do BC americano na próxima reunião, em setembro, conforme era aguardado pelo mercado. Assim, após a ata do Fed à tarde, cresceu a chance de o BC dos Estados Unidos cortar os juros de referência em até 125 pontos-base este ano – com a perspectiva de redução de 100 pontos-base seguindo como provável.
Para a Capital Economics, a ata do Fed, de fato, confirma o corte de juros em setembro: a consultoria ainda espera uma redução de 25 pontos-base, mas reconhece que eventual deterioração do emprego no relatório oficial de agosto – e sinais mais claros de fraqueza econômica – ampliaria a chance de um relaxamento monetário mais agressivo, de 50 pontos-base.
No mês de agosto, até o momento, houve entrada de R$ 7,698 bilhões em fluxo estrangeiro, resultado de compras acumuladas de R$ 211,138 bilhões e vendas de R$ 203,441 bilhões. No ano, o capital externo ainda está negativo em R$ 28,872 bilhões. No dia 19, quando o Ibovespa fechou então em máxima histórica a 135 777,98 pontos com alta de 1,36%, e o giro financeiro foi a R$ 25,5 bilhões, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 1,281 bilhão na B3.
Na B3, a alta desta quarta-feira foi impulsionada pelo setor metálico em dia de recuperação de preços para o minério de ferro na Ásia, o que resultou em avanço de 1,92% para Vale ON e de até 3,83% (Gerdau PN) para as siderúrgicas. Em Dalian, na China, o contrato mais negociado do minério, para janeiro de 2025, subiu 4,58%, para nível correspondente a US$ 104 por tonelada. E, em Cingapura, a alta foi de 3%, com o principal contrato ainda abaixo de US$ 100, a US$ 98,30 por tonelada.
O dinamismo proporcionado pelo segmento compensou o efeito mais uma vez negativo de Petrobras (ON -0,88%, PN -0,60%, em dia de baixa acima de 1% para o Brent e o WTI) – e, hoje, de moderada retração entre os grandes bancos (Itaú PN -0,40%, Bradesco PN -0,45%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para CVC (+12,75%), Petz (+7,07%) e Gerdau. No lado oposto, Assai (-3,42%), Dexco (-2,29%) e Cogna (-2,11%). Já o dólar fechou em queda de 0,07%, cotado a R$ 5,4810.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira