O governo pretende reduzir o valor da conta de luz para a população de baixa renda, mas, para compensar a perda de receita, planeja repassar esse custo à classe média até, pelo menos, 2027. A medida pode ter um viés eleitoral, já que as eleições de 2026 se aproximam. No entanto, aumentar o custo da energia para a classe média — que também representa uma fatia expressiva do eleitorado — pode ser uma escolha arriscada e impopular.
Uma alternativa mais justa e eficaz seria cortar os subsídios às empresas de energia renovável, como solar e eólica. Embora essas fontes sejam sustentáveis, elas já recebem muitos incentivos mesmo com a matriz elétrica brasileira sendo majoritariamente renovável (cerca de 90%, especialmente por hidrelétricas). Além disso, essas energias têm mostrado baixa eficiência em atender à demanda da população e, muitas vezes, acabam apenas encarecendo a conta de luz sem entregar benefícios proporcionais.
Investir em energia limpa é importante, mas não pode significar desperdício de recursos públicos nem aumento do custo para o consumidor. A revisão dos subsídios para o setor de energia renovável pode ser uma forma mais equilibrada de aliviar a conta de luz sem penalizar a classe média.