O dia 9 de julho é celebrado como feriado estadual em São Paulo em memória da Revolução Constitucionalista de 1932, movimento que completa 93 anos em 2025. Considerado um dos episódios mais marcantes da história paulista, o levante foi uma resposta ao governo provisório de Getúlio Vargas, instaurado após a Revolução de 1930.
A principal reivindicação dos revoltosos era a convocação de uma nova constituição para o país. Estima-se que cerca de 40 mil voluntários civis, além da antiga Força Pública — atual Polícia Militar — tenham participado do conflito. O historiador e jornalista Moacir Assunção destaca a relevância histórica do movimento, que contou inicialmente com a expectativa de apoio de outros estados, como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, mas acabou sendo enfrentado quase que exclusivamente por São Paulo contra as forças federais.
O estopim da revolta foi a morte de quatro estudantes — Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo — durante uma manifestação na Praça da República, no centro da capital paulista. As iniciais de seus nomes formaram a sigla MMDC, que se tornou símbolo da resistência paulista.
Apesar da derrota militar em outubro daquele ano, a pressão exercida pela mobilização paulista teve efeitos políticos. No ano seguinte, Vargas convocou eleições e, em 1934, o Brasil passou a contar com uma nova constituição.
Um dos marcos da memória desse movimento é o Obelisco do Ibirapuera, localizado na cidade de São Paulo. Iniciado em 1947 e inaugurado em 9 de julho de 1955, o monumento tem 72 metros de altura e abriga os restos mortais de combatentes, incluindo os estudantes do MMDC. É considerado o maior obelisco da América Latina e um dos símbolos mais importantes da memória paulista.
Para Moacir Assunção, a Revolução de 1932 permanece como uma referência fundamental para o povo paulista. “É um episódio que está profundamente ligado à identidade do estado. Ainda hoje, é lembrado não apenas como um fato regional, mas como um movimento de repercussão nacional e parte do DNA do ser paulista”, afirma.