Horas depois de anunciar o fechamento do hospital de Conchas (SP), a prefeitura voltou atrás e disse à TV TEM que vai manter a unidade em funcionamento.
Em uma live na manhã desta segunda-feira (31), o prefeito Julinho Tomazela (PSDB) havia dito que iria suspender as atividades do hospital temporariamente para apurar as denúncias feitas pela filha do secretário de Saúde na semana passada.
Na quinta-feira (27), a enfermeira Suellen Chaguri chegou a ser presa em flagrante depois de danificar objetos do hospital e desacatar policiais militares. Ela foi solta no dia seguinte durante audiência de custódia.
Em uma live na delegacia, a funcionária alegou que o pai dela, Miguel Chaguri, mandou a advogada da prefeitura prendê-la porque ela expôs “verdades” sobre a Secretaria de Saúde do município (leia mais abaixo).
A partir disso, a prefeitura anunciou que iria fechar o hospital de Conchas para que uma empresa de auditoria pudesse recolher materiais, documentos e arquivos para dar andamento ao processo administrativo e apurar as denúncias feitas pela enfermeira.
Segundo a prefeitura, o fechamento seria temporário, para que nenhuma prova fosse perdida ou alterada durante as investigações. Enquanto isso, os internos seriam transferidos para outras unidades e uma UBS seria aberta para atendimentos emergenciais.
No entanto, Tomazela informou que desistiu de fechar o hospital depois de uma reunião com o Departamento Regional de Saúde (DRS) no início da tarde.
A prefeitura chegou a conclusão de que o fechamento do pronto-socorro e enfermaria iria causar transtornos aos pacientes e decidiu fechar, durante as investigações, apenas a parte administrativa no hospital, que guarda documentos e computadores, e a Secretaria de Saúde.
Prisão e denúncias
De acordo com a Polícia Civil, a PM foi acionada ao hospital de Conchas na quinta-feira (27) depois que a enfermeira Suellen Chaguri se recusou a assinar uma advertência administrativa e passou a desacatar outros funcionários. A polícia informou que ela danificou objetos da unidade e quebrou um computador.
A Polícia Militar foi até o hospital e levou a enfermeira até a delegacia de Conchas, onde ela permaneceu presa por dano ao patrimônio, desacato e desobediência.
No período em que esteve na delegacia, ela fez a live nas redes sociais. No vídeo, a enfermeira disse que foi advertida pela direção do hospital porque ela teria retirado um computador do ambulatório da Covid no hospital e estava sendo presa porque expôs “verdades” sobre a Secretaria de Saúde do município.