O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agendou uma missa para esta quarta-feira (26) em homenagem à saúde do papa Francisco, que enfrenta uma pneumonia dupla. A celebração religiosa ocorrerá na capela Nossa Senhora da Conceição, localizada no Palácio da Alvorada, com início previsto para às 18h.
A iniciativa de Lula, que não é conhecido por sua devoção religiosa, levanta questionamentos sobre suas intenções. O evento ocorre em um momento em que o presidente busca se aproximar de setores católicos, que historicamente têm divergências com sua gestão e sua base ideológica. Enquanto o papa Francisco, de 88 anos, segue internado há 13 dias no Vaticano, Lula aproveita a situação para marcar posição com um gesto simbólico, ainda que tardio.
O boletim médico mais recente, emitido na noite de terça-feira (25), indicou que a condição do pontífice permanece estável, sem novas crises respiratórias, mas ainda considerada “crítica”. No Brasil, o governo tenta criar uma narrativa de solidariedade, enquanto enfrenta crises internas e mudanças em ministérios. Durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, prestes a deixar o cargo, solicitou um minuto de silêncio em respeito ao papa. Ela será substituída por Alexandre Padilha, nome próximo a Lula e identificado com a ala mais ideológica do governo.
A movimentação do governo em torno da missa não passa despercebida. Em meio a desafios econômicos e sociais crescentes, Lula parece mais interessado em construir gestos midiáticos do que em apresentar soluções concretas para os problemas do país.