O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu neste sábado, 21, o general Júlio César de Arruda do cargo de comandante do Exército em meio ao atrito do atual governo federal com os militares impulsionado pelos atos de vandalismo ocorridos no Distrito Federal no dia 8 de janeiro. A decisão ocorre um dia depois da reunião de Lula com o ministro da Defesa, José Múcio, e com comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica nesta sexta-feira, 20, da qual o general demitido participou. O presidente desconfia que a depredação em Brasília ocorreu com a conivência do Exército e das Forças Armadas. Nesta semana, o petista dispensou militares que atuavam no governo, incluindo membros das Forças Armadas que atuavam no GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
Arruda será substituído pelo general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste e ex-chefe de gabinete do general Eduardo Villas Bôas, que fez um discurso incisivo na última quarta-feira em defesa do resultado eleitoral que levou Lula à Presidência da República. Paiva afirmou que o Brasil enfrenta um terremoto político que deve ser superado. “Esse terremoto não está matando gente. Esse terremoto está tentando matar a nossa coesão, tentando matar a nossa hierarquia e disciplina, está tentando matar o nosso profissionalismo, o respeito que a gente tem, o orgulho que a gente tem de vestir essa farda. Isso é o que esse terremoto está tentando matar. E não vai conseguir”, declarou.