Mesmo em UTI, STF decide intimar Bolsonaro após live curta e descontraída com o filho

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A cena é, no mínimo, inusitada: um ex-presidente da República, recém-operado e internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo alvo de intimação judicial em pleno leito hospitalar. O motivo? Ter participado de uma breve e descontraída live ao lado do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), onde falaram sobre a venda de um capacete tecnológico e interagiram com seguidores.

Foi essa transmissão, transmitida diretamente do quarto de hospital no DF Star, em Brasília, que serviu de argumento para que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizasse a intimação de Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (23). A Corte entendeu que, por estar “ativo” o suficiente para conversar com apoiadores em vídeo, o ex-presidente estaria também em condições de ser citado no processo que o acusa de tentativa de golpe de Estado.

A decisão, considerada por muitos como apressada e insensível, já gerou revolta entre apoiadores e observadores atentos à politização crescente do Judiciário. Não bastasse a delicada recuperação após uma cirurgia intestinal realizada em 13 de abril, Bolsonaro ainda enfrenta o peso de um processo que muitos consideram pautado mais em suposições políticas do que em provas concretas.

Durante a live, que durou poucos minutos, Flávio brincou sobre a realização de um sorteio, dizendo que seria feito “no papelzinho”, pois “o botãozinho eletrônico não dá pra auditar”. A fala, claramente em tom de piada, foi usada como um dos elementos para justificar que o ex-presidente estaria apto a receber a visita do oficial de Justiça — como se uma breve aparição online pudesse anular seu estado clínico.

Com isso, Bolsonaro tem agora cinco dias para apresentar explicações ao STF, mesmo estando internado e sem previsão de alta. A fase de instrução do processo, que inclui coleta de provas, depoimentos e novos argumentos da defesa, se inicia sob forte crítica pública quanto à atuação da Corte.

Entre os apoiadores do ex-presidente, cresce o sentimento de que Bolsonaro continua sendo alvo de perseguição política, agora travestida de legalidade. Para muitos, o gesto do STF beira o desrespeito à dignidade humana, ao desconsiderar o quadro de saúde do paciente em nome de uma urgência processual altamente questionável.

Enquanto isso, o ex-presidente segue hospitalizado, mas, como tem feito desde que deixou o Planalto, sem perder o humor e o contato com quem o apoia — mesmo que isso custe, mais uma vez, sua tranquilidade diante da Justiça.

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