Senadores de oposição devem participar, na próxima semana, de uma entrevista coletiva em apoio ao impeachment apresentado por deputados de oposição contra o presidente Lula após a fala dele associando a reação de Israel na guerra contra o Hamas ao Holocausto.
Como mostramos ontem em O Antagonista, a expectativa era que senadores como Rogério Marinho (PL-RN), Hamilton Mourão (Republicanos-RS, foto), Damares Alves (Republicanos-DF) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fossem signatários da denúncia contra o presidente Lula.
Impedimento para o ritmo do impeachment de Lula
Entretanto, como o ritmo do impeachment prevê o julgamento de Lula pelo Senado (a Câmara determina apenas a admissibilidade, mas não entra no mérito sobre o caso), os parlamentares ponderaram que se eles assinassem o pedido, eles poderiam ser declarados impedidos de se manifestar a favor ou contra o presidente da República.
Por essa razão, os senadores vão apenas participar de atos em apoio ao processo de impeachment, mas sem assiná-lo.
E o Lira?
Apesar da mobilização, aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dizem que são quase nulas as chances de ele encaminhar o pedido de impeachment do petista. Cabe ao presidente da Câmara aceitar ou não a denúncia e abrir o processo.
Questionada no Meio-Dia em Brasília sobre isso ontem, Zambelli lembrou que Eduardo Cunha, presidente da Câmara quando começaram a ser apresentados pedidos de impeachment de Dilma, “também era da base governista”. A deputada disse ainda que o número de parlamentares em torno da causa vi servir de pressão para Lira, assim como o apoio popular.
“As relações políticas do Lula sempre foram muitos instáveis. Ele precisou do mensalão para ter apoio do parlamento quando foi presidente pela primeira vez, então tudo indica que existe sim a possibilidade” de abertura do processo, disse a deputada.