Na última quinta-feira (19), a prefeitura de Laranjal Paulista (SP) entregou a ampliação do Centro de Especialidades da Vila São José (CAED). A obra incluiu dois novos consultórios, a ampliação da sala de espera e outras melhorias estruturais. Embora celebrada pela administração municipal como um avanço significativo para o sistema de saúde local, a entrega levantou questionamentos sobre a real eficácia das mudanças para a população.
O CAED, que realiza cerca de 3.000 atendimentos mensais em 16 especialidades médicas, é uma referência na saúde pública do município. No entanto, o aumento da estrutura física não necessariamente resolve os problemas históricos enfrentados pelos usuários, como longas filas de espera, falta de médicos em horários críticos e dificuldades no agendamento de consultas.
Para muitos moradores, as melhorias parecem mais uma ação de encerramento de mandato do prefeito Alcides de Moura Campos Junior, que se despede da administração em breve, do que uma resposta às demandas de saúde da população. A obra faz parte de um pacote de intervenções realizadas nos últimos meses de gestão, frequentemente interpretadas como estratégias para consolidar um legado político às vésperas da troca de governo.
“É bom ter mais espaço, mas precisamos ver se isso vai mudar alguma coisa na prática. Não adianta uma sala bonita se a gente continua sem conseguir marcar consulta ou esperando meses para ser atendido”, comenta Maria Aparecida, moradora da Vila São José e usuária do CAED.
A administração municipal, por sua vez, reforça que as obras visam oferecer mais conforto e eficiência no atendimento. Contudo, sem um plano claro para otimizar os serviços e melhorar a gestão, o impacto dessas mudanças pode ser apenas cosmético, beneficiando mais a imagem política da gestão atual do que os usuários do sistema de saúde.
Os moradores agora aguardam que as promessas de melhorias sejam efetivamente cumpridas, com avanços não apenas na estrutura, mas principalmente na qualidade e agilidade dos atendimentos. Afinal, de pouco adianta inaugurar prédios maiores se o acesso à saúde continua restrito e ineficiente.