Enquanto a transição entre os governos dá os primeiros passos, com a discussão de prioridades de Lula (PT) para o orçamento do próximo ano, a oposição à esquerda de organiza no Senado Federal, que obteve um perfil mais conservador para 2023. O senador Eduardo Girão (Podemos) se diz independente em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PL) e não descarta o diálogo sobre determinados projetos de interesse do PT. Em entrevista à Jovem Pan News, o parlamentar ressaltou, no entanto, que a resistência às pautas petistas será mais forte do que nunca: “A gente sabe do modus operandi dos governos passados, que estão voltando agora. Vão ter nomes do Supremo que vão ser enviados para casa e os senadores acho que têm que ser firmes com relação a isso também, porque já está um jogo muito desequilibrado”. Para Girão, os protestos contra a eleição de Lula também são provocados pela falta de ação do próprio Senado.
“Está pegando mal! Existem colegas constrangidos. A gente que deixou chegar nessa situação. O Senado é corresponsável por essa situação que a gente está vendo nas ruas, não tenha dúvida disso (…) Agora, não dá para comparar esse governo com o governo Lula e Dilma, os governos do PT. O histórico desse governo é o pior possível”, declarou. Já o senador Luis Carlos Heinze (Progressistas), que é aliado de Bolsonaro, disse que só a partir da próxima semana, com a volta dos colegas a Brasília, será possível medir com mais clareza quais serão as pretensões da futura base aliada de Lula no Congresso Nacional: “Nós ainda não tratamos nem com o atual Senado, e nem com os futuros senadores e senadoras que se elegeram. Mas nós temos que conversar. Já falamos sim com relação à presidência do Senado. O Rodrigo é um nome que disputa, mas já apareceram outros nomes que estamos buscando sobre quem pode assumir a presidência do Senado. Agora, tudo muda de figura porque o Lula ganhou a eleição”.