A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso dos idosos mantidos em cárcere privado por cerca de três meses, em Cerquilho, no interior de São Paulo. O filho do casal é o principal suspeito, segundo a polícia.
De acordo com o delegado Emerson Jesus Martins, um inquérito foi instaurado. Dentro da investigação, serão ouvidas testemunhas e incluídos os laudos da perícia que foi feita no local, onde os idosos estavam trancados. Até a última atualização desta reportagem, o filho do casal não havia sido localizado.
Os idosos foram acolhidos no Lar São José, que é uma entidade privada que tem parceria com Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da Prefeitura de Cerquilho.
Eles foram acolhidos provisoriamente e a permanência ou saída deles só acontece a partir de uma decisão da Justiça. Além disso, a responsável pelo Creas explicou que os idosos estão bem de saúde e que esse acolhimento permite respeitar os direitos e a dignidade do casal.
Relembre o caso
De acordo com o boletim de ocorrência, os idosos, de 74 e 81anos, estavam trancados dentro de casa, sem acesso à rua, telefone ou qualquer meio de comunicação. O filho do casal é o principal suspeito de manter os pais sob essas condições. Ele não foi localizado pela polícia.
Ao chegarem ao local, os policiais encontraram a casa trancada e tiveram que arrombar o portão para liberar as vítimas, que confirmaram que estavam sem sair do local havia meses.
A idosa relatou que, além do isolamento, o filho teria vendido um imóvel de sua propriedade e se apropriado do valor da venda sem o seu conhecimento. O idoso, por sua vez, disse que o filho não deixava faltar comida ou outros cuidados básicos.
Diante dos fatos, a polícia acionou o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que providenciou abrigo para o casal em um asilo local.
O caso agora está sendo investigado, e o filho poderá responder por crimes de sequestro e cárcere privado, abandono de incapaz e apropriação indébita de bens, conforme o Código Penal e o Estatuto do Idoso.
Vídeos gravados pelos policiais no momento do resgate foram anexados ao inquérito como prova das condições em que os idosos viviam.