O Twitter divulgou na última quinta-feira (21) os resultados de um estudo que avaliou o algoritmo responsável por organizar a ordem dos tuítes na linha do tempo das pessoas.
Segundo a rede social, conteúdos publicados por políticos e veículos de notícias com tendências à direita tinham mais alcance – a empresa, porém, não soube identificar o porquê.
Foram analisados posts publicados entre abril e agosto de 2020 feitos na Alemanha, no Canadá, na Espanha, nos Estados Unidos, na França, no Japão e no Reino Unido. Somente na Alemanha o resultado apontou um privilégio à esquerda.
A pesquisa analisou duas questões: se a linha do tempo personalizada amplificava conteúdo político de pessoas eleitas e se alguns grupos políticos tinham seus conteúdos mais amplificados do que os outros.
A definição de espectro político dos veículos de notícias e dos políticos foi baseada em uma avaliação de duas organizações independentes: a AllSides e a Ad Fontes Media.
As descobertas
- Em 6 dos 7 países – todos, com exceção da Alemanha – os tuítes publicados por contas de direita receberam mais amplificação do que a esquerda quando estudados como um grupo.
- Os veículos de notícias à direita conseguiam mais amplificação em comparação com os veículos de notícias à esquerda.
- Tuítes com conteúdo político de pessoas eleitas, independentemente do partido, foram amplificados.
- A afiliação partidária ou ideologia não foi um fator considerado ao recomendar conteúdo – ou seja, dois indivíduos no mesmo partido político não veriam necessariamente a mesma amplificação.
Segundo os pesquisadores, essas descobertas não apoiam a tese de que os algoritmos “amplificariam ideologias extremas”.
A empresa disse que o próximo passo é entender por que isso acontece, mas que esse será um desafio já que o resultado se dá com base “na interação das pessoas com a plataforma”.
“A amplificação algorítmica não é problemática por si. Ela é problemática se houver tratamento preferencial em função de como o algoritmo é construído versus as interações que as pessoas têm com ele”, escreveu a companhia.
“Uma análise adicional da causa é necessária a fim de determinar o que, se houver, mudanças são necessárias para reduzir os impactos adversos por nosso algoritmo”, finalizou.
Uma outra pesquisa da empresa divulgada em agosto passado mostrou que o algoritmo de corte de foto na rede funcionava melhor com rostos jovens e de pele clara – a plataforma desativou essa função.
Fonte: G1