O ano é 1923 em Tietê, um município do interior de São Paulo, que foi palco de uma tragédia, um bárbaro crime que marcou todo o país e que agora será contado em um Livro, pelo autor José Luiz Meucci, depois de vários anos de pesquisas, viagens, levantamento de documentos, diálogos com familiares que à época sofreram com o ocorrido.
No Cemitério Municipal de Tietê, o túmulo se localiza em uma das entradas principais, onde jazem ali, as vítimas dessa fatalidade: uma mãe e seus seis filhos, mortos a machadadas; e também o pai da família morta, que só foi sepultado junto aos seus em julho de 1951. O espaço é até hoje muito visitado por todos que ali passam.
O livro denominado “Dos sonhos ao pesadelo: O Crime das Sete Mortes”, com 294 páginas, está prestes a sair da gráfica e terá vários eventos de lançamento na região, em Tietê, Jumirim, Cerquilho e Laranjal Paulista, onde a história aconteceu.

Aproveitando-se de todo o simbolismo em torno do número sete, em especial o seu significado para os católicos (a criação do mundo em 7 dias; as 7 visões do Apocalipse; 7 são os sacramentos da Igreja Católica; Jesus alimentou milhares de pessoas com 7 pães; os 7 milagres; os 7 pecados capitais; o respeito ao luto de 7 dias; os 7 dons do Espírito Santo. O próprio Deus Universal tem 7 qualificações), e por tudo que o número sete representa na história do livro (e na História), o autor dividiu o livro em sete partes.
Na primeira, conta quando e como teve o primeiro contato com o caso: em 1976, aos 15 anos de idade em três anos seguidos (de 1976 a 1978) passando diante da “Sepultura das Sete Mortes”.
Na segunda parte, narra sua trajetória (de 1978 a 2014) de forma bastante resumida, abordando acontecimentos coincidentes que o remetiam às Sete Mortes. A começar pelos três anos que passou diante da sepultura (de 1976 a 78) até a incrível coincidência ocorrida em dezembro de 2014 (36 anos mais tarde), quando um fato o levou para dentro do cemitério de Tietê, diante da sepultura da família morta. Isso aconteceu horas após de ter conhecido o atual proprietário do Sítio das Sete Mortes, algo que só foi descobrir alguns dias depois, pela internet. Foi a partir daí que decidiu pesquisar e escrever sobre o crime.
Na terceira parte, o autor faz uma contextualização histórica (também resumida) sobre o momento em que viviam Brasil e Itália no século XIX. Da transição do governo imperial à República e o fim da escravidão no Brasil, à Grande Emigração, quando milhões de italianos deixaram o país em busca do sonho de uma vida mais digna.
Na quarta parte, conta a história de vida das famílias Falcin e Tonon (as vítimas) naItália; desde a unificação do país (entre 1860 e 1870) até o desembarque no interior de São Paulo (1891/2).
Na quinta parte, passa a contar a história de vida das três famílias dos três personagens principais: as italianas Falcin e Tonon (as vítimas do crime) e a brasileira Arruda (do assassino). A narrativa se dá a partir da chegada da família Falcin em Tietê (1893/4) até o fim do ano de 1922.
As famílias crescendo, filhos casando, netos chegando (embora alguns partindo prematuramente). Novas conquistas patrimoniais; novos empreendimentos: além das plantações, os Faccin inauguram uma vinícola; os Tonon abrem uma ferraria. Um grande sucesso para essa gente que buscou, antes de tudo, a sobrevivência.
A família Arruda e a vida miserável; os abusos do pai alcoólatra e violento, tendo como principal vítima o pequeno Augusto (o assassino). O momento que as três famílias se conheceram. A adoção do menino que um dia os liquidaria. A sua vida na casa dos “padrinhos” e a convivência com a nova família. A adolescência e a juventude; suas virtudes, seus segredos, seus desvios e distúrbios. Aos 19 anos de idade, ele deixa o sítio dos padrinhos para uma vida independente. Perambula pelo interior e pela cidade de São Paulo.
O casamento de Ricardo e Maria “debaixo” de um raro fenômeno: uma invasão de gafanhotos que destrói plantações inteiras no município, mesma época da adoção de Augusto de Arruda. O nascimento dos primeiros filhos do jovem casal; a compra do sítio Boa Esperança, naquele que seria o começo de uma nova etapa em suas vidas, mas onde encontrariam o pior dos destinos. A acolhida ao “irmão de criação” no seu retorno, e as controvérsias em torno da doença que cegaria Ricardo pelo resto de sua vida. Alguns depoimentos dão conta de um suposto trabalho de magia negra; o próprio assassino justifica o seu crime à possessão. O assunto é comentado no livro, superficialmente.
Na sexta parte, narra todos os acontecimentos a partir do primeiro dia de 1923 (ano do crime) e os seus desdobramentos. O agravamento dos problemas com os olhos de Ricardo; a viagem para São Paulo para tentar recuperar a visão; o assédio do “irmão de criação” à esposa e a fi lha mais velha; os últimos dias de vida dos sete; o crime e a fuga.
O Sítio das Sete Mortes – Arquivo Pessoal
A mobilização de toda uma região para a sua captura. A prisão e a revolta da população. O retorno do pai da família (ele só fi cou sabendo do crime no momento do sepultamento). A repercussão em todo o Brasil; os julgamentos (foram dois) e a transferência para São Paulo. A vida do assassino na Penitenciária do Estado; a relação com os presos famosos da época (anos 20 e 30), como Meneguetti (lendário assaltante); Michel Trad (do primeiro crime da mala) e Giuseppe Pistone (o segundo crime da mala).
A tentativa de suicídio; a polêmica transferência para o Hospício do Juqueri, em Franco da Rocha. A entrada no hospício num período de crises econômicas, início da falência institucional do Manicômio Judiciário (MJ), onde Augusto de Arruda pode ter sido submetido as diversas terapias utilizadas na época (de 1936 a 1941), entre elas a malarioterapia, o choque-cardiazólico e o eletro-choque (ECT). O autor descreve sobre todas: suas origens, os períodos, desenvolvimento e os seus efeitos, especialmente o eletro-choque, método desenvolvido por um italiano (coincidentemente, natural da mesma cidade da família Tonon, onde viveu e cresceu na mesma época da mãe de Maria, a mulher assassinada).
O criminoso sobrevive por cinco anos ao caos institucional que se tornou o manicômio, ao lado de outros loucos criminosos como o maior homicida da cidade de São Paulo, autor de um quádruplo assassinato (a esposa e três
filhos), crime cometido em 1926.
Afetado (muito provavelmente) pelas terapias revolucionárias (cobaias de todas elas), que mais torturavam que curavam; Augusto de Arruda morre em outubro de 1941. Certamente, seu corpo está enterrado no cemitério do Juqueri. A burocracia e os vários incêndios nos arquivos do complexo hospitalar desestimularam o autor investigar.
A sétima parte dedica aos acontecimentos nos dez últimos anos de Ricardo Falcin: a Segunda Guerra Mundial e o tormento dos confi scos e da intolerância com os imigrantes; a venda do último bem (a casa) e a mudança para o Asilo de Inválidos; o agravamento das inúmeras enfermidades, principalmente as doenças renais, até a sua morte, em julho de 1951.
Sobre seu trabalho concluído e agora às vésperas da divulgação, José Luiz Meucci destaca: “Levando-se em conta que já se passaram quase 130 anos (1890-2020), e que se tratava de pesquisar sobre pessoas comuns, posso dizer (dentro de tudo que foi possível apurar), que consegui refazer a história de vida das três famílias, embora algumas passagens indiquem mais de uma possibilidade. Nestes casos, eu apresento as hipóteses mais prováveis, amparadas por evidências ou supostas dentro de uma lógica dos acontecimentos.
Toda a memória que envolve esse caso foi se perdendo com o tempo, está caindo no esquecimento. E é exatamente o resgate dessa memória, o meu maior objetivo com o livro”.
O Autor
José Luiz Meucci, 60 anos, é nascido em Laranjal Paulista, aos 19 de março de 1961. Completou o segundo grau no CECCA (Colégio Estadual Cesário Carlos de Almeida), em Laranjal. Fez um curso técnico em Tietê, no Centro Interescolar (atual ETEC “Nelson Vianna”). Em 1979 (já formado), mudou-se para São Paulo, onde conseguiu emprego na antiga Telesp, e por lá permaneceu até o fi m dos anos de 1980. A partir de 1990, passou a trabalhar como técnico em telecomunicações autônomo (projetista de redes), prestando serviços para diversas empresas, em quase todos os estados do centro-sul do país. De volta à sua cidade natal (2002), resolveu mudar de profissão. Tornou-se corretor de imóveis e, até hoje, atua no mercado imobiliário. Além de Laranjal, trabalha com imóveis de algumas cidades vizinhas: Jumirim, Cerquilho e Tietê.

Série de vídeos sobre o Crime das Sete Mortes / LP Informativo
O canal de notícias LP Informativo divulgou uma série de vídeos a respeito do Crime das Sete Mortes. Foram três partes, cada vídeo sendo publicado por semana nas redes sociais do portal.

Para a explicação dos vídeos, foram necessários três locais para a gravação, são eles: Km 163, o Sítio das Sete Mortes e a Sepultura das Sete Mortes). Assista clicando nos links abaixo:
Livro sobre o Crime das Sete Mortes – vídeo 1
https://www.youtube.com/watch?v=qVjCUjt3_Nc&t=45s
Livro sobre o Crime das Sete Mortes – vídeo 2
Livro sobre o Crime das Sete Mortes – vídeo 3
Datas e locais dos lançamentos do Livro / Pontos de venda
Livro: Dos sonhos ao pesadelo: O Crime das Sete Mortes
Jumirim
Lançamento: 23/11/2021 – 19:30 h – no Centro Comunitário Senhor Bom
Jesus e São Roque
Vendas: Malu & Cia – Rua Bazzo, nº 15 – Nova Jumirim
Tel.: (15) 3286-1407 / whatsapp (15) 9-9797.2798 (a partir de 24/11/2021)
Funcionamento:
Segunda à sexta – 9 às 18 h
Sábado – 9 às 12 h
Tietê
Lançamento: 25/11/2021 – 19:30 h – na Oficina Cultural Maestro Orlando
Silveira (antiga rodoviária)
Vendas: Membi Livraria e Papelaria – Rua do Comércio, nº 439 – Centro
Tel.: (15) 3282-4818 / whatsapp (15) 9-9141.3316 (a partir de 26/11/2021)
Funcionamento:
Segunda à sexta – 9 às 18 h
Sábado – 8 às 13 h
Laranjal Paulista
Lançamento: 30/11/2021 – 19:30 h – no Centro Comunitário São Roque
Vendas: Contexto Livraria e Papelaria – Av. da Saudade, nº 35 – Centro
Tel.: (15) 3283-4203 / whatsapp (15) 9-9662.9841 (a partir de 01/12/2021)
Funcionamento:
Segunda à sexta – 9 às 18 h
Sábado – 9 às 12:30 h
Vendas: Elmo Livraria e Papelaria – Largo São João, nº 116 – Centro
Tel.: (15) 3283-1235 / whatsapp (15) 9-9611.8013 (a partir de 01/12/2021)
Funcionamento:
Segunda à sexta – 9 às 18 h
Sábado – 9 às 13 h
Cerquilho
Lançamento: 02/12/2021 – 19:30 h – no Centro Comunitário São José
Vendas: Kringer Revistaria – Rua Dr. Soares Hungria, nº 258 – Centro
Tel.: (15) 3284-1885 (a partir de 03/12/2021)
Funcionamento:
Segunda à sexta – 7 às 18 h
Sábado – 7 às 14 h
Domingo – 7 às 12 h
Observações / Preços
– Livro Físico nas datas e locais dos lançamentos = R$ 50,00
– Livro Físico nos pontos de venda = R$ 55,00
– Livro Físico também poderá ser adquirido por R$ 55,00 (+ taxa de envio):
Pelo whatsapp (15) 9-9116.9274
Pelo email zemeucci@gmail.com
Pela Amazon (www.amazon.com.br)
– Livro Digital / Eletrônico (eBook) será disponibilizado pela Amazon
(www.amazon.com.br), a partir de 06/12/2021, por R$ 24,00