O que se sabe até agora sobre o acidente aéreo que matou a cantora sertaneja
RIO — A aeronave que transportava a cantora Marília Mendonça caiu pouco depois das 15h de sexta-feira, 5 de novembro, na zona rural de Piedade de Caratinga (MG), próximo ao acesso da BR 474, onde Marília faria um show. O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado por volta das 15h30. A essa altura, imagens do avião já circulavam nas redes sociais. Confirmado o acidente, também foi iniciada uma investigação para entender as causas da tragédia. A queda do avião resultou na morte da cantora e de mais quatro pessoas. Também foram confirmadas as mortes de seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, além do piloto e copiloto do avião, Geraldo Martins de Medeiros e Tarciso Pessoa Viana, respectivamente.
Marília foi enterrada neste sábado, 6, após um velório sob forte emoção de parentes, amigos e milhares de fãs.
Neste domingo, 7, teve início a retirada do avião a cargo da empresa dona da aeronave, PEC Táxi Aéreo. Segundo a empresa, a aeronave foiretirada por uma companhia especializada nesse tipo de remoção, após o término do trabalho de perícia da Polícia Civil e do Centro de Investigação e Prevenção Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
A primeira etapa iniciou por volta das 9h e equipes contaram com o apoio de um guindaste, que ajudou a içar o avião até um terreno, em uma área mais alta. As asas da aeronave foram cortadas para facilitar o deslocamento. Um helicóptero também será usado para remover os motores. Devido a dificuldades encontradas na operação, a conclusão foi adiada. A nova previsão é que ela aconteça até a madrugada de terça, dia 9. Por questões logísticas, a aeronave será levada para o Rio de Janeiro, onde passará por mais perícia. Inicialmente, o plano era que o avião fosse transportado até o aeroporto de Caratinga, onde a cantora deveria ter pousado, no município de Ubaporanga (MG).
Aeronave
Marília Mendonça viajava em um avião de pequeno porte, modelo Beech Aircraft. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião, da PEC Táxi Aéreo, tinha prefixo PT-ONJ, capacidade para seis passageiros, estava em situação regular e tinha autorização para circulação de táxi aéreo.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), informou que vai investigar a queda do avião que matou a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas. O órgão é responsável por apurar as causas de acidentes envolvendo a aviação civil e militar no Brasil.
De acordo com o Cenipa, a aeronave não tinha caixa-preta, mas foi encontrado spot geolocalizador, que será usado para comparar o plano de voo e o trajeto feito. O avião deve ser retirado do local do acidente neste domingo.
Dinâmica do acidente
Ainda não há informações precisas sobre como o acidente aconteceu. Tampouco sobre as causas. O Cenipa ficou encarregado de fazer essa investigação.
No entanto, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou que o avião atingiu um cabo da rede elétrica.
“A Cemig informa que o avião bimotor que transportava a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas atingiu um cabo de uma torre de distribuição da Companhia no município de Caratinga”, diz o texto.
Pilotos que atuam na região também relataram que vinham tendo dificuldades para pousar no aeroclube de Caratinga.
Trajeto
O bimotor com a cantora decolou do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, no início da tarde desta sexta-feira. O destino era o Aeroporto de Ubaporanga, em Minas Gerais.
Após o pouso, Marília Mendonça partiria por terra rumo à cidade de Caratinga (MG), onde faria um show nesta noite. A apresentação estava marcada para o Parque de Exposições da cidade.
Tripulantes e passageiros
Cinco pessoas estavam a bordo da aeronave. Todos os ocupantes do avião morreram no acidente. Além da cantora, também foram confirmadas as mortes de seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, além do piloto e copiloto do avião, Geraldo Martins de Medeiros e Tarciso Pessoa Viana, respectivamente.
Velório e sepultamento
Ainda na noite de sexta-feira, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, informou que o velório da cantora Marília Mendonça seria no ginásio Goiânia Arena, por volta das 8h de sábado. Segundo Caiado, a família concordou com o velório no local.
“Família de Marília Mendonça confirmou velório no Goiânia Arena, amanhã, por volta de 8h da manhã. Goianos vão poder prestar linda homenagem. Peço calma e respeito à sinalização para que todos possam dar o seu adeus. Previsão inicial de até 100 mil pessoas passando pelo local”, escreveu Caiado no Twitter.
Durante o velório, os fãs passaram por um corredor ao lado do caixão da cantora e, emocionados, choraram ainda que o silêncio tenha prevalecido. O ritmo da fila é rápido e controlado por seguranças. Os fãs não puderam parar ao lado do caixão.
Após o fechamento dos portões do velório da cantora Marília Mendonça, o caixão foi fechado e o corpo seguiu para o cemitério Parque Memorial, em Goiânia. O velório recebeu milhares de fãs, familiares e amigos que prestaram suas homenagens.
Às 16h50 do sábado, o caixão de Marília Mendonça foi levado da Arena Goiânia ao som de “Todo mundo vai sofrer” e sob gritos dos fãs. Ele foi colocado em um carro dos bombeiros e seguiu em cortejo até o cemitério.
As duplas Maiara e Maraísa e Henrique e Juliano ficaram junto do caixão em cima do carro dos bombeiros.
Depois do fechamento dos portões, as duas duplas cantaram canções religiosas em homenagem a Marília Mendonça. Os quatro artistas estavam entre os mais próximos da cantora desde o início de sua carreira.
As irmãs também cantaram a música “Esqueça-me se for capaz”, hit lançando recentemente com Marília Mendonça. Ao final, a dupla finalizou “Nunca te esquecerão, Marília”.
Em discurso emocionado, Henrique agradeceu à equipe de Marília. A dupla cantou a música “A flor e o Beija-flor”, um dos sucessos que apresentou Marília ao grande público em parceria com Henrique e Juliano.
O sertanejo, Mateus, da dupla Jorge e Mateus, disse na saída do velório que Marília era uma menina que ‘todos amavam” e deixa um legado.
— Marília era completa. Como ser humano, como artista. Uma menina que todos amavam. (Deixa) Um legado de amor à música, de amor aos amigos, à família. Só coisas boas. Não tem uma coisa para falar mal da Marília — disse.
Confirmação da morte
A assessora de imprensa de Marília Mendonça informou, por volta das 16h30, que a cantora e todos que estavam no avião já teriam sido resgatados e estavam bem. Por volta das 16h50, a assessoria voltou a confirmar a informação ao portal g1.
Por volta das 17h15 a assessora disse que havia perdido o contato com o empresário da cantora e que não podia mais confirmar a informação de que ela estava bem. Às 17h45, a assessora informou em nota oficial que a cantora havia morrido.